O Despertar da Mediunidade e a Influência dos Espíritos
Nessa caminhada chamada vida, nos deparamos com inúmeras variáveis e fenômenos, muitos dos quais são concretos e mensuráveis, enquanto outros são mais sutis, imateriais e misteriosos. Um desses fenômenos sutis é a mediunidade. Ela sempre intrigou a humanidade, e com o crescimento das discussões e estudos sobre espiritualidade, a mediunidade ganha ainda mais destaque e importância.
A mediunidade, para aqueles que não estão familiarizados, é a habilidade de sentir e ser influenciado por espíritos. Todo nós somos médiuns em algum nível, conforme destacado por Allan Kardec, o precursor do espiritismo. Esta faculdade inerente ao ser humano pode se manifestar de diferentes formas e graus, mas seu despertar é um tema que gera muitas dúvidas e questionamentos.
O despertar da mediunidade é um processo individual, e pode ocorrer de várias formas. Para alguns, é uma habilidade que se faz presente desde a infância, como crianças que possuem “amigos imaginários”, que, na realidade, podem ser espíritos tentando se comunicar. Outros podem começar a perceber essa capacidade mais tarde, à medida que envelhecem e se tornam mais sensíveis às influências ao seu redor.
Entretanto, o despertar da mediunidade não é uma jornada simples e fácil. Pode ser um caminho muitas vezes assustador, confuso e solitário. É aqui que a educação entra em cena. A mediunidade está ligada à educação, afinal, é uma faculdade orgânica e, como tal, pode e deve ser estudada, entendida e controlada.
A compreensão detalhada dos processos e variações da mediunidade permite que a pessoa desenvolva habilidades para gerenciá-la corretamente, evitando o desvirtuamento e a obsessão. A obsessão ocorre quando os espíritos sofredores exercem uma influência constante sobre o indivíduo, entrando numa espiral de perturbação e tormento. Portanto, é imperativo estudar e entender a mediunidade para evitar esse tipo de situação.
Além dos estudos, é essencial estar atento à influência do ambiente em que vivemos em nossa mediunidade. Vivemos em um mundo cada vez mais caótico e sobrecarregado com informações e estímulos. Esse caos pode nos desequilibrar, afetando nossa mediunidade e tornando-nos mais vulneráveis à influência negativa dos espíritos.
A todo momento, estamos imersos em um mar de energia, influenciado por essas entidades espirituais. Essas influências podem variar de acordo com o nosso comportamento, ações, pensamentos e sentimentos. Por isso, é crucial buscar equilíbrio, não apenas físico, mas também mental, emocional e espiritual.
Cada um de nós tem um papel a desempenhar e uma missão a cumprir nesta vida. A mediunidade é uma ferramenta para tal missão. Ao compreendermos, controlarmos e honrarmos nossa mediunidade, somos capazes de nos conectar com os espíritos, ajudar aqueles que necessitam e, ao mesmo tempo, desenvolver a nós mesmos neste plano e além. Com o despertar da mediunidade, temos a oportunidade de entender melhor o nosso mundo interior e exterior.
A capacidade de se conectar com os espíritos e receber suas comunicações nos fornece insights e perspectivas mais profundos não apenas sobre nós mesmos e nossos relacionamentos, mas também sobre a natureza da vida, a morte e o universo. Com essa compreensão, podemos viver com mais propósito, amor e compaixão.
Mediunidade Intuitiva e Mediunidade de Cura
Dentro da vasta complexidade da mediunidade encontramos diversos tipos, cada um com características, desafios e potencialidades peculiares. Neste espaço, discutiremos dois tipos relevantes e difundidos: a mediunidade intuitiva e a mediunidade de cura.
A mediunidade intuitiva é, talvez, a mais comum e acessível de todas. O senso intuitivo é uma característica universal ao ser humano, presente mesmo naqueles que negam a existência da mediunidade. Utilização da intuição como uma bússola moral e ética é um exemplo de mediunidade intuitiva em ação. São aqueles insights repentinos e inexplicáveis, aqueles pressentimentos que orientam nossas decisões e muitas vezes nos salvam de problemas.
Esse tipo de mediunidade é um convite à introspecção e ao desenvolvimento pessoal. É importante estarmos atentos à nossa intuição, nutrindo-a através de práticas como a meditação, o autoconhecimento e a maneira amorosa com a qual lidamos com o próximo. Esse é o caminho seguro para fortalecermos a nossa mediunidade intuitiva.
Em contraste com o silêncio interior da mediunidade intuitiva, temos a mediunidade curadora. Esta, quando manifestada, costuma ser mais óbvia e vem carregada de grande responsabilidade. A mediunidade curadora é a capacidade que alguns médiuns possuem de transmitir energias curativas, seja através de imposição de mãos, seja através de orientações espirituais. Essa compensação magnética tem o poder de restaurar o equilíbrio energético das pessoas, aliviando dores físicas e emocionais.
No entanto, vale lembrar que a mediunidade curadora não substitui a medicina convencional e seu potencial é maximizado quando associado aos tratamentos médicos e complementares. Quanto mais elevada a intenção do médium, mais pura e poderosa será a energia que ele canalizará. Isso significa que a prática de hábitos saudáveis e o aprimoramento através da prática responsável e/ou o estudo de técnicas são fundamentais para um desempenho eficaz na cura.
É importante dizer também que a mediunidade curadora não é uma habilidade exclusiva de médiuns ostentativos ou mediunidades mais “evidentes”. Qualquer pessoa, ao vivenciar o amor e orientar sua vida para o estudo do serviço ao próximo, pode desenvolver essa faculdade. Ter a consciência de que todos somos médiuns, em alguma medida, e que a mediunidade, independentemente de sua manifestação em nossa vida, é um convite ao serviço e ao desenvolvimento pessoal, já é um grande passo.
O estudo constante, a reflexão e a vivência do amor são caminhos seguros para desenvolver e beneficiar-se de sua própria mediunidade. É crucial entender que a mediunidade não é uma maldição ou um fardo, mas sim um privilégio. É uma forma de nos tornarmos canais de luz e amor, beneficiando não apenas a nós mesmos, mas a todos ao nosso redor. Dessa forma, a mediunidade intuitiva e a mediunidade de cura nos convidam a viver vidas mais atentas, sábias e amorosas. Elas são um chamado a servir nossos semelhantes, a amar incondicionalmente e a desenvolver nossa própria espiritualidade.
A Importância do Estudo e Equilíbrio na Mediunidade
O desenvolvimento da mediunidade não é uma simples descoberta de uma capacidade inusitada, é um constante processo de aprendizado e evolução que nos multiplica a consciência e amplia nosso entendimento da vida e suas complexidades. Por ser essa uma jornada tão profunda e intensa, o estudo e o equilíbrio emergem como aspectos fundamentais para que possamos caminhar de maneira saudável e segura.
O estudo surge nessa etapa como base sólida para angariar compreensão, evitar equívocos e discernir o que advém do plano espiritual. Ao estudar, o médium adquire maior entendimento de sua faculdade, tomado de necessidade de reconhecer a veracidade e o significado das mensagens mediúnicas. Uma vez que a mediunidade possibilita a troca de informações com espíritos de diferentes níveis de evolução, o estudo auxilia no discernimento dos conteúdos recebidos.
As mensagens verdadeiramente oriundas de espíritos superiores costumam ser marcadas pela clareza, simplicidade e nobreza, enquanto aquelas provenientes de espíritos menos esclarecidos podem trazer informações confusas, complexas ou moralmente questionáveis. Ademais, o estudo é crucial para evitar desvios na prática mediúnica, o que pode levar à obsessão.
Obsessão mediúnica se define como uma influência constante de espíritos sofredores e inferiores, que visam prejudicar ou induzir o médium a comportamentos negativos. Com o aprendizado, o médium adquire ferramentas para identificar e lidar de forma adequada com tais influências indesejadas.
No tocante ao equilíbrio, este se mostra igualmente essencial. A influência do meio em que vivemos e de como vivemos afeta nossa mediunidade, podendo potencializar ou reduzir nossa sensibilidade. O equilíbrio é um escudo que nos protege das influências espirituais negativas. Estar emocional, mental e espiritualmente equilibrado, portanto, é crucial.
Não devemos esquecer que a mediunidade, apesar de suas particularidades, não é uma condição exclusiva dos espíritas ou dos médiuns ostensivos – todos possuímos algum grau dessa faculdade. Ao considerarmos a mediunidade como uma potencial ferramenta de crescimento e serviço ao próximo, torna-se imprescindível ter em mente a necessidade de estudo e equilíbrio para lidar de forma correta com o fenômeno.
A mediunidade é uma bênção e uma oportunidade de fazer o bem ao próximo, e só pode ser utilizada com responsabilidade se tiver como alicerces o estudo e o equilíbrio. Portanto, cultivar uma vida equilibrada e investir continuamente no autoconhecimento e estudo das leis espirituais são caminhos seguros para enfrentar de forma sábia e benéfica este encantador fenômeno conhecido como mediunidade.
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